Atualização

Após caso de gripe aviária, Taim reforça monitoramento

Mais três aves mortas foram encontradas na área da reserva nesta terça-feira

Foto: Fernando Dias - Seapi - Suspeitas de influenza aviária devem ser encaminhadas à Secretaria de Agricultura

No dia seguinte à confirmação do primeiro registro de gripe aviária (H5N1) no Estado, após mortandade de 36 aves, a maioria da espécie cisne-de-pescoço-preto e uma caraúna, o monitoramento na Estação Ecológica do Taim, onde os animais foram encontrados, manteve-se intenso. Com a área fechada para todo o público externo, incluindo visitações e pesquisas acadêmicas, as equipes seguiram percorrendo a reserva em busca de potenciais outros focos e mais três aves foram encontradas. O trabalho conta com ajuda de um helicóptero da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar em área onde embarcações não têm acesso.

O chefe da estação, Fernando Weber, diz que a interdição só vai deixar de existir quando o surto for considerado extinto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Novas amostras só serão enviadas para o laboratório se forem espécies diferentes", aponta, dizendo que, enquanto forem só cisnes, as carcaças serão coletadas e incineradas.

A chefe do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria Estadual de Agricultura, Rosane Collares, diz que a atividade de vigilância está voltada a chegar nas propriedades do entorno do local onde os animais foram encontrados para analisar as aves domésticas. "Nós temos um trabalho bem importante que é que não chegue nas aves domésticas, principalmente as comerciais", aponta. Ela diz que a vigilância deve ser permanente, em especial com as de vida livre.

Os criadores devem seguir as normativas do Mapa, que determinam o recolhimento das aves para evitar livre circulação, bem como controle da oferta de alimento, com recolhimento do excedente, aponta Rosane. Já para a população em geral, ela tranquiliza que não há risco de contaminação por consumo de carne e ovos. "Se recomenda adquirir produtos de origem conhecida, mas isso até por outras questões que não a influenza aviária. Mas o calor é suficiente para eliminação do vírus. É importante ressaltar que não temos influenza aviária em aves domésticas e muito menos em aves de produção."

A chefe do departamento aponta ainda que a ação é feita em um raio de dez quilômetros e as visitas já foram encerradas, com visitas às propriedades, inspeção clínica de aves, educação sanitária, estímulo a notificações. "Como já vencemos todo o raio proposto, já descemos mais ao sul e seguimos atividades de vigilância", aponta. Equipes da Patram colaboram no avistamento aéreo devido à extensão da Lagoa Mangueira.

Criadores preocupados

O clima é de apreensão entre os criadores de aves. Proprietário de um criadouro, Fabrício Delgado diz que o sistema todo do País se preocupa, mas as questões de biosseguridade tornam o Brasil mais avançado em relação a outros países. "Mas lógico que todo mundo está preocupado porque o setor todo está correndo risco", lamenta. No entanto, diz que, com a elevação da régua de segurança e reforço de medidas, as chances da contaminação chegar às aves domésticas acabam diminuindo.

Demais orientações

O Brasil ainda é considerado zona livre da doença. Porém, nas últimas semanas, casos foram confirmados no Rio de Janeiro e Espírito Santo, o que levou o Mapa a declarar, na semana passada, situação de emergência zoossanitária por 180 dias em todo o território nacional. Segundo o Ministério, os casos não mudam o status de zona livre de influenza aviária de alta patogenicidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro na produção comercial.

Até o momento, no entanto, não há nenhum caso registrado de contaminação em pessoas no País. A orientação é que a população não recolha aves doentes ou mortas e acione o serviço veterinário mais próximo no intuito de evitar que a doença se espalhe. A portaria também prorroga, por tempo indeterminado, a suspensão da realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no Ministério.

Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do WhatsApp (51) 98445-2033.

Sintomas a serem observados em aves

- Dificuldade respiratória;
- Secreção nasal ou ocular;
- Espirros;
- Incoordenação motora;
- Torcicolo;
- Diarreia;
- Alta mortalidade em aves domésticas ou silvestres.

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